Monthly Archives: outubro 2014

Frei Betto causa polêmica ao perguntar se Deus é gay
   24 de outubro de 2014   │     12:18  │  2

Frei Betto pergunta a razão pela qual homossexuais dentro da Igreja não podem ter os mesmos direitos que héteros
2014-10-23-frei-betto-igreja-catolica-elogia-papa-francisco-585x425Nunca antes na história da Igreja um papa ousou, como Francisco, colocar a questão da sexualidade no centro do debate eclesial: homossexualidade, casais recasados, uso de preservativo etc. O Sínodo da Família, realizado no Vaticano, só dará sua palavra final sobre esses temas em outubro de 2015, quando voltará a se reunir.

Quem, como eu, transita há décadas na esfera eclesiástica sabe que é significativo o número de gays entre seminaristas, padres e bispos. Por que não gozarem, no seio da Igreja, do mesmo direito dos heterossexuais de se assumir como tal? Devem permanecer “no armário”, vitimizados pela Igreja e, supostamente, por Deus, por culpa que não têm?

É preciso reler o Evangelho pela ótica gay, como pela feminista, já que a presença de Jesus entre nós foi lida pelas óticas aramaica (Marcos); judaica (Mateus); pagã (Lucas); gnóstica (João); platônica (Agostinho) e aristotélica (Tomás de Aquino).

A unidade na diversidade é característica da Igreja. Basta lembrar que são quatro os evangelhos, não um só: quatro enfoques distintos sobre Jesus. Até a década de 1960, predominava no Ocidente uma única ótica teológica: a europeia, tida como “a teologia”. O surgimento da Teologia da Libertação, com a leitura da Palavra de Deus pela ótica dos pobres, causa ainda incômodo aos que consideram a ótica eurocentrada como universalmente ortodoxa.

Diante dos escândalos de pedofilia, dos 100 mil padres que abandonaram o sacerdócio por amor a mulheres, e da violência física e simbólica aos gays, Francisco ousa se erguer contra o cinismo dos que se arvoram em “atirar a primeira pedra.”

Como Jesus, a Igreja não pode discriminar ninguém em razão de tendência sexual, cor da pele ou condição social. O que está em jogo é a dignidade da pessoa humana, o direito de casais gays serem protegidos pela lei civil e educarem seus filhos na fé cristã, o combate e a criminalização da homofobia, um grave pecado. A Igreja não pode continuar cúmplice e, por isso, acaba de superar oficialmente a postura de considerar a homossexualidade um “desvio” e “intrinsecamente desordenada”.

A dificuldade de a Igreja Católica aceitar a plena cidadania LGTB se deve à sua tradição bimilenar judaico-cristã, que é heteronormativa. Por isso, os conservadores reagem como se o papa traísse a Igreja, a exemplo do que fizeram no passado, quando se recusaram a aceitar a separação entre Igreja e Estado; a autonomia das ciências; a liberdade de consciência; as relações sexuais, sem fins procriativos, dentro do matrimônio; a liturgia em língua vernácula.

Deus é gay? “Deus é amor”, diz a Primeira Carta do apóstolo João, e acrescenta “o amor é de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.” E, se somos capazes de nos amar uns aos outros, “Deus permanece em nós.”

Por ser a presença de Deus entre nós, Jesus transitou, sem discriminação, entre o mundo dos “pecadores” e dos “virtuosos”. Não apedrejou a adúltera; não fugiu da prostituta que lhe enxugou os pés com os cabelos; não negou a Madalena, que tinha “sete demônios”, a graça de ser a primeira testemunha de sua ressurreição. Jesus também não se recusou a dialogar com os “virtuosos” — aceitou jantar na casa do fariseu; acolheu Nicodemos na calada da noite; dialogou sobre o amor samaritano com o doutor da lei; propôs ao rico que, “desde jovem” abraçava todos os mandamentos, a fazer opção pelos pobres.

Sobretudo, ensinou que não é escalando a montanha das virtudes morais que alcançamos o amor de Deus. É nos entregando a esse amor, gratuito e misericordioso, que logramos fidelidade à Palavra.

Fé, confiança e fidelidade são palavras irmãs. Têm a mesma raiz. E a vida ensina que João é fiel a Maria, e vice-versa, não porque temem o pecado do adultério, e sim porque vivem em relação amorosa tão intensa que nem cogitam a menor infidelidade.

Conheça o mundo gay de Madrid
   22 de outubro de 2014   │     0:00  │  0

Madrid é uma das cidades mais liberais da Europa e, no bairro da Chueca, o distrito gay da cidade, é super comum ver heteros e gays frequentando as mesmas baladas. A cena gay da cidade é bastante ativa, e você encontrará diversas baladas gays em Madrid, além de bares e saunas. O bairro gay de Madrid é chamado Chueca, e a principal rua, Calle Fuencarral. Selecionamos aqui as melhores boates gays de Madrid (na nossa opinião), para que você chegue lá já sabendo exatamente para onde ir. Lembre que que as baladas gays de Madrid só lotam depois da uma da manhã, então, nada de chegar muito cedo!
DELIRIO

Dance Club Delirio

A Delirio é uma boate de clima super relaxado, nada de posers ou barbies metidas. O público é jovem e bonito, com idades variando entre 20 e 35. Quando Madrid parece estar morta, sem mais nenhum lugar para ir, é para lá que os que não querem ir pra casa vão. A música do lugar é variada, com DJs tocando desde música espanhola aos hits gays do momento.

O espaço da Delirio não é dos maiores e a boate mais parece com uma caverna, com partes do teto em formato de túnel. Os preços são acessíveis e a entrada pode custar menos de 10 euros dependendo do dia.

Endereço: Calle de la Libertad, 28 / Metrô: Chueca / Preço: Entre EUR 8,00 e EUR 15,00 (entrada)

Sala Cool

coolComo o nome sugere, esta é uma das boates mais cool de toda Madrid. Em nenhum outro lugar da capital espanhola a mistura de gays, bi e heteros funciona tão bem quanto na Cool. O público é composto de madrileños e visitantes internacionais, vindos principalmente da Inglaterra e dos Estados Unidos. Muita gente jovem, bonita e bem vestida. Os gogo boys são de tirar o folêgo!

A decoração da Cool é moderna, assim como o sistema de luz e de som. A boate tem três ambientes, com house e ritmos mais atuais tocando em dois deles e hits espanhóis no terceiro. Cuidado para não chegar muito cedo, já que o público só costuma aparecer por volta da uma e meia da manhã! A entrada varia entre 10 e 15 euros e o preço das bebidas gira em torno dos 10 euros.

Endereço: Calle de Isabel ‘La Católica’, 6 / Metrô: Santo Domingo / Preço: Entre EUR 10,00 e EUR 15,00

Griffin’s

griffinO Griffin’s é uma boate pequena, no centro de Madrid, ao lado da Gran Via. A boate tem dois andares, com a pista de dança localizada no andar de baixo. A decoração não é das mais modernas e o lugar parece ser perfeito para aqueles que estão procurando um lugar com um público mais “experiente” e à caça.

A música do lugar é bastante comercial, com os hits do momento tocando constantemente até as altas horas da manhã. Os preços não são altos quando comparados com outras boates da cidade. Bebidas a partir de 7 euros e a entrada custa em torno de 10 euros.

Endereço: Marqués de Valdeiglesias, 6 / Metrô: Santo Domingo / Preço: A partir de EUR 10,00 (entrada)

 

Kapital

kapitalA Kapital consegue conter 7 festas diferentes em um prédio só. Como um labirinto, a boate se espalha pelos sete andares deste teatro antigo, cada um com um ambiente, música e decoração diferentes do outro. O público é sempre bastante liberal, mas a noite gay da boate só acontece no domingo, quando rola a super festa Matinée, famosa em toda a Europa. Nos outros dias da semana rolam algumas das festas mais loucas de Madrid, com um público mais eclético.

A decoração da Kapital é impressionante, assim como a iluminação e os efeitos. A boate costuma exagerar no confetti e nas bolhas de sabão, pois os os espanhóis adoram estes efeitos visuais. A pista principal tem um teto super alto e costuma ficar bem quente quando lotada, o que costuma ser remediado pelo jato de ar branco e frio que vem do alto, esfriando as cabeças e acordando os menos animados. O preço da entrada varia entre 12 e 16 euros e inclui um drink. O preço das bebidas fica em torno de 10 euros cada. É bom lembrar que tênis esportivos não são permitidos, portanto, capriche na produção.

Endereço: Calle de Atocha, 125 / Metrô: Atocha / Preço: EUR 12,00 – EUR 16,00

Bancada gay lança projeto de lei para proibir casamento de evangélicos
   21 de outubro de 2014   │     12:02  │  2

jean_wyllysA bancada gay de deputados, liderados por Jean Wyllys, resolveu contra-atacar a bancada evangélica e lançou o projeto de lei que visa proibir casamentos entre evangélicos. Se aprovado, evangélicos não poderão se casar entre si. Segundo o deputado Marcelo Almeida a medida é justa: “Eles são contra o casamento gay, então nós também somos contra o casamento evangélico. Evangélico não tem condições de criar um filho, olha no que dá, nascem coisas como Silas Malafaia e Marco Feliciano.”

A medida é polêmica e se aprovada poderá anular, inclusive, os casamentos evangélicos já realizados até agora. Para o pastor Álisson Amorim, a tentativa é absurda: “Eles não podem anular, pois para nós, o sexo só é permitido dentro do casamento e se for anulado, significa que nós não estávamos casados, ou seja, estávamos fazendo sexo fora do casamento com a própria esposa, logo estávamos em pecado!”

Por @Cacofonias

Jovem é torturado em ritual de purificação de gays em BH
     │     0:00  │  0

grindr_blogpluralA barba queimada e o braço machucado denunciam a violência, mas o que aconteceu com um auxiliar administrativo de 19 anos, morador de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, ainda é um mistério. Ele diz ter sido torturado, na tarde da última quarta-feira (17), ao chegar em casa e ser colocado à força dentro de um veículo por três homens. “Dentro da Kombi, me batiam e me enforcavam. Enrolaram um pano no meu braço e colocaram fogo no meu cabelo e na minha sobrancelha”, contou o jovem, que teria perdido a consciência durante o ataque. Após cerca de 40 minutos de agressões, ele relata ter acordado em uma calçada e encontrado uma carta em seu bolso, que, entre outras coisas, dizia: “Esse foi apenas o primeiro da cidade a passar pela purificação.”

Homossexual assumido, ele já havia sido agredido por dois homens na semana passada e acredita ser alvo de homofobia. O caso foi registrado na 4ª Delegacia de Polícia de Betim, e é investigado como tentativa de homicídio. O delegado Rafael Horácio vai apurar também a suspeita de crime religioso, em virtude do teor da carta apresentada pelo rapaz.

Versão

A vítima contou que chegava em casa, no centro, às 14h, quando uma Kombi branca de vidros escuros parou a seu lado e, dela, saíram dois homens, os mesmos que o teriam agredido cinco dias antes. “Eles estavam com facas e me obrigaram a entrar no veículo”.

Enquanto os dois homens o agrediam, principalmente no abdômen, um terceiro dirigia e fazia orações, segundo o jovem. “Eles pediam perdão pelos meus pecados, pediam que eu fosse salvo”. O rapaz contou ainda que os agressores enrolaram uma espécie de papel feito de lã, que poderia ser algodão, em seu braço e atearam fogo. A barba e os cabelos também foram queimados. “Desmaiei. Não sei se pelo cheiro da fumaça, pela dor ou pelo estresse do momento”.

Ele disse ter sido abandonado em uma rua próxima ao local onde foi abordado, de onde ligou para o namorado e um amigo, que o socorreram. No mesmo dia, foi à delegacia e mostrou a carta que teria sido deixada em seu bolso. O texto não faz menção a nenhuma religião, mas informa que a intenção é fazer uma “limpeza” em Betim, e trazer o fogo da purificação a cada um que anda nas ruas “declarando seu ‘amor’ bestial”.

O auxiliar administrativo denunciou o fato em seu Facebook, o que, segundo ele, foi uma tentativa de evitar outros casos. No fim da tarde de sexta-feira (19), ele saiu de casa, ainda com marcas da violência, para um retiro na região metropolitana. Conforme ele mesmo explicou, a intenção era “desligar a cabeça” e esquecer o que aconteceu.

Movimento

O presidente do Movimento Gay de Betim, Cléber Eduardo, lamentou a violência relatada pelo auxiliar administrativo. “A comunidade LGBT está assustada. Infelizmente, preconceito existe, mas esse é o primeiro fato dessa grandeza já registrado por nós na cidade. Repudiamos a violência”.

Cléber Eduardo informou que pretende, na próxima semana, organizar um ato em repúdio. “Vamos buscar parcerias com a OAB, a Câmara Municipal e os Direitos Humanos. Nossa luta é pela identificação dos suspeitos”.

Abordagem não é nova na cidade

O relato do auxiliar administrativo sobre a violência sofrida gerou grande repercussão nas redes sociais e até um comentário de que é comum casais gays serem abordados por grupos religiosos em Betim. A estudante de arquitetura Fernanda Gomes, 20, diz que já passou por uma situação dessas, mas sem agressão física.

Há dois anos, ela conta que estava com a ex-namorada em um ponto de ônibus, quando seis homens se aproximaram e começaram a condenar a união das duas. “Eles diziam que nosso namoro não era de Deus e ficavam falando partes da Bíblia”, relatou. Fernanda lembra que o grupo acompanhou as duas durante todo o trajeto no transporte coletivo, orando ao lado delas. “Encarei isso como uma falta de conhecimento. Mas minha ex-namorada ficou bem nervosa”.

A 4ª Delegacia de Polícia de Betim informou não ter outros registros de homofobia ou perseguição religiosa contra homossexuais.

Fundamentalismo

O doutor em ciência da religião Paulo Agostinho acredita que tem crescido no país o fundamentalismo religioso, que interpreta o texto sagrado sem levar em conta o contexto histórico.

“Em nome do fundamentalismo, essas pessoas têm a certeza de dizer que estão com a verdade e discriminam o que não acham certo. Essas pessoas passam por cima do mais importante da pregação religiosa, que é amar aos outros”.

São Paulo ganha primeiro abrigo para LGBTs moradores de rua
   20 de outubro de 2014   │     13:21  │  0

Foi inaugurado o Centro de Acolhida Zaki Narchi, é o primeiro do Brasil e fica no estado de São Paulo, com espaço exclusivo para os sem-teto LGBT.

São 24 camas destinadas aos gays ou transexuais femininos. Já transexuais masculinos (pessoas que nasceram mulheres mas se identificam como homens), se demonstraram sem interesse, terão seus casos avaliados e se sentirem à vontade, também poderão usufruir do local.