lampião era gay ?
   24 de outubro de 2014   │     13:09  │  0

Justiça autoriza lançamento de livro que revela homossexualidade de Lampião.

tuxpi-com-1414086439A Justiça de Pernambuco autorizou o lançamento do livro “Lampião, o mata sete”, que conta a história de Virgulino Ferreira, o Lampião. De autoria do escritor Pedro de Morais, a obra tem como principal revelação a homossexualidade do cangaceiro.

Segundo o desembargador Cezário Siqueira Neto, impedir a publicação seria uma “medida de censura”. A autora do processo que queria impedir o lançamento do livro é a neta de Lampião, Vera Ferreira. De acordo com o magistrado, os familiares que se sentirem ofendidos pelo conteúdo “podem se valer dos meios legais cabíveis”.

A suposta homossexualidade de Lampião gera polêmica entre pesquisadores. Para Frederico Pernambucano de Mello, por causa da realidade vivida pelo cangaceiro, entre homens violentos e preconceituosos, ele teria pedido a autoridade em chefiar o bando.

Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, no semiárido do estado de Pernambuco, foi o terceiro filho de José Ferreira da Silva e Maria Lopes de Oliveira. O seu nascimento só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900. Até os 21 anos de idade ele trabalhava como artesão, era alfabetizado e usava óculos para leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava. Uma das versões a respeito de seu apelido é que ele modificou um fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que o cano aquecia tanto que brilhava dando a aparência de um lampião.

Sua família travava uma disputa mortal com outras famílias locais até que seu pai foi morto em confronto com a polícia em 1919. Virgulino jurou vingança. Tornou-se um mito em termos de disciplina. O bando chamava os integrantes das volantes de “Macacos” – uma alusão ao modo como os soldados fugiam quando avistavam o grupo de Lampião: “pulando”.

Durante os 20 anos seguintes (começou aos 21 anos), Lampião viajou com seu bando de cangaceiros, que nunca ultrapassou o número de 50 homens, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias, casacos, cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos típicos da vegetação caatinga. Para proteger o “capitão”, como Lampião era chamado, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não existiam contrabandos de armas para se adquirir, em sua maioria eram roubadas da polícia e unidades paramilitares. A espingarda Mauser e uma grande variedade de pistolas semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos durante confrontos. A arma mais utilizada era o rifle Winchester.

Lampião foi acusado de atacar pequenas fazendas e cidades em sete estados além de roubo de gado, sequestros, assassinatos, torturas, mutilações, estupros e saques. Entretanto para muitas pessoas, especialmente no Nordeste, tem-se imagem de que Lampião era como o Robin Hood do sertão brasileiro, que roubava de fazendeiros, políticos ecoronéis para dar aos pobres miseráveis, que passavam fome e lutavam para sustentar famílias com inúmeros filhos.

Era devoto de Padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte.

Sua namorada, Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, juntou-se ao bando em 1930 e, assim como as demais mulheres do grupo, vestia-se como um cangaceiro e participou de muitas das ações do bando. Virgulino e Maria Bonita tiveram uma filha, Expedita Ferreira, nascida em 13 de setembro de 1932. Há ainda a informação controversa de que eles tiveram mais dois filhos: os gêmeos Ananias e Arlindo Gomes de Oliveira, mas nunca foi comprovada a verdade dos fatos . O casal teria tido ainda dois natimortos.

De uma coisa eu tenho certeza, se caso esta biografia tiver veracidade nos fatos onde fala sobre a sexualidade de Virgulino, só vem a confirmar que nem sempre pinta de machão valente é sinônimo de heterossexualidade.  Lampião mesmo sendo um homem das antigas, da época do cangaço, já  era o espelho do homem atual, aquele que curte na baixa.

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