Cingapurianos contra a homofobia
   28 de junho de 2014   │     20:51  │  0

Em Cingapura, sexo entre dois homens é ilegal e pode ser punido com até dois anos de prisão. A lei, baseada em textos ingleses do período colonial da ilha, não faz menção ao sexo entre mulheres.

Por isso, manifestantes desenharam um enorme coração feito de luzes no parque Hong Lim, em Cingapura neste sábado (28). O evento anual Ponto Rosa promove a aceitação de gays, lésbica, bissexuais e transgêneros em Cingapura e teve a participação de milhares de pessoas.

Protestos

Um dos maiores públicos já registrados em Cingapura em uma reunião da sociedade civil compareceu a uma manifestação por direitos dos homossexuais neste sábado, em meio a uma oposição barulhenta de grupos religiosos nos dias que antecederam o evento.

Estima-se que 26 mil pessoas foram ao Hong Lim Park para o “Ponto Rosa” (Pink Dot), um evento anual que acontece desde 2009 e tem como objetivo combater a discriminação contra casais do mesmo sexo.

A manifestação, que reuniu pessoas vestidas de rosa em um círculo para formar um ponto rosa no parque, já aconteceu anteriormente sem oposição visível.

Neste ano, no entanto, alguns grupos islâmicos e cristãos se juntaram para convocar seus seguidores a vestirem branco para mostrar a oposição ao evento e aos que enxergam como uma aceitação crescente da homossexualidade em Cingapura.

“Neste ano a quantidade de negativismo nos entristeceu bastante” disse Paerin Choa, um dos organizadores da Pink Dot.

“O que aconteceu nas últimas semanas mostra que a discriminação está bem viva em Cingapura”.

A manifestação acontece em meio ao descontentamento crescente dos cidadãos de Cingapura em relação a questões como imigração, aumento do custo de vida, e direitos dos homossexuais – tudo isso em um país onde a desobediência não é incentivada e reuniões políticas carecem de uma permissão oficial para acontecer, não importando o número de pessoas envolvidas.

Alguns muçulmanos ficaram particularmente irritados com o evento acontecendo às vésperas do Ramadan, e muitos postaram fotos vestindo branco nas preces noturnas na página do Facebook chamada de “vista branco”.

Alguns grupos cristãos pediram que o governo tomasse uma postura em relação à questão, para reforçar a posição legal de que o sexo entre dois homens é proibido.

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