Gays das próximas novelas da Globo provocarão polêmica
   23 de abril de 2014   │     0:00  │  0

José Mayer deixará de lado o rótulo de maior pegador da teledramaturgia brasileira para interpretar o cerimonialista enrustido Cláudio.

As vésperas da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, no dia 4 de maio, os ativistas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) comemoram o crescimento da visibilidade dos homossexuais no horário nobre da TV. Personagens gays se tornaram presença quase obrigatória nas novelas da Globo. E não será diferente nos próximos dois folhetins das 21h.

No final de julho, Em Família será sucedida por Falso Brilhante. O autor, Aguinaldo Silva, é assumidamente gay e foi militante da causa. Ele participou da criação do primeiro jornal homossexual do Brasil, O Lampião da Esquina, que circulou entre 1978 e 1981, desafiando a censura imposta pela ditadura militar. Para sua nova novela, Aguinaldo criou não um nem dois, mas três personagens gays.

José Mayer deixará de lado o rótulo de maior pegador da teledramaturgia brasileira para interpretar o cerimonialista enrustido Cláudio. Ele é um marido conservador, com dois filhos, que vai se interessar por um homem bem mais jovem, vivido por Klebber Toledo. Loucamente apaixonado, ficará dividido entre se assumir publicamente ou manter o casamento de aparência, numa vida dupla.

Ailton Graça, no ar como o delegado Lopes na série O Caçador, foi escolhido para ser Xana Summer, o animadíssimo dono de um salão de beleza. Suas pupilas serão uma ex-rainha de bateria vivida por Cris Vianna e uma manicure interpretada por Viviane Araújo.

O terceiro gay da trama será o escandaloso colunista de fofocas Teodoro. O papel foi oferecido para Dan Stulbach. Mas o ator ainda não se decidiu. Ney Latorraca é uma opção. Pouco antes de morrer, vítima de enfarto fulminante no último dia 5, José Wilker foi cogitado para o personagem. Apesar da presença de vários homossexuais em sua novela, Aguinaldo Silva já avisou que não haverá beijo gay.

Depois de Falso Brilhante estreará Três Irmãs, título provisório do folhetim de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Fernanda Montenegro, a Dona Picucha do seriado Doce de Mãe, e Nathalia Timberg, a vovó Bernarda de Amor à Vida, formarão um casal de lésbicas. Elas vivem juntas há várias décadas e decidem se casar. As duas atrizes estão com 84 anos.

Os três autores da novela também são gays. João oficializou a relação com o companheiro em fevereiro. Gilberto assinou a união civil com o decorador Edgard Moura Brasil em março, após 41 anos de relacionamento.

A sequência ininterrupta de personagens gays na principal faixa de audiência da Globo vem de longa data. Em Amor à Vida os gays foram representados por Félix (Mateus Solano), Niko (Thiago Fragoso) e Eron (Marcello Antony). Na novela anterior, Salve Jorge, de Gloria Perez, havia Jô (Thammy Miranda). Avenida Brasil, escrita por João Emanuel Carneiro, apresentou o enrustido Roni (Daniel Rocha) e Sidney (Felipe Titto), irmão de Tessália (Débora Nascimento).

O inesquecível Crodoaldo Valério (Marcelo Serrado) foi o porta-voz dos homossexuais em Fina Estampa, de Aguinaldo Silva. O personagem fez tanto sucesso que gerou um filme. Em Insensato Coração, Gilberto Braga e Ricardo Linhares criaram vários personagens gays. Entre eles, Xicão (Wendel Bendelack), Roni (Leonardo Miggiorin), o casal Hugo (Marco Damigo) e Eduardo (Rodrigo Andrade), e o jovem Gilvan (Miguel Roncato), assassinado por pitboys. Já Passione tinha Arthurzinho (Júlio Andrade), devotado mordomo de Estela (Maitê Proença).

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