Ser gay é uma questão biológica, diz pesquisa
   22 de fevereiro de 2014   │     21:11  │  2

Festivais do Orgulho Gay nos Estados Unidos foram utilizados como base para a pesquisa de Michael Bailey

CHICAGO, EUASer gay não é uma escolha, mas algo que se carrega no DNA, afirma nova pesquisa da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Cientistas descobriram dois genes que estariam ligados à homossexualidade nos homens. Com possibilidade de teste genético durante a gravidez, o estudo gera temor de que a discriminação possa incentivar abortos.

Pesquisadores analisaram o DNA de 400 irmãos gays, recrutados em festivais do Orgulho Gay durante vários anos. Eles conseguiram destacar dois genes que afetariam a orientação sexual dos participantes. Mas ainda não se sabe qual a sua atuação.

O resultado da pesquisa foi divulgado na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência e reabre a polêmica do “gene gay”, levantada após pesquisa de 1993 que apontou evidência genéticas para a orientação sexual. No entanto, outros estudos que se seguiram não conseguiram encontrar uma ligação genética.

“Orientação sexual não tem nada a ver com a escolha. Nossos resultados sugerem que pode haver genes em jogo. Encontramos evidências para dois conjuntos que determinam se um homem é gay ou hetero”, disse Michael Bailey, da Universidade Northwestern, em Illinois, que contribuiu para o estudo. “Embora essa descoberta possa um dia levar a um teste pré-natal para definir a orientação sexual masculina, ele não seria muito preciso, uma vez que existem outros fatores que podem influenciar o resultado”, analisou Bailey.

Apesar de dizer que o resultado não seria definitivo, o pesquisador aumenta a polêmica ao incentivar o uso de exames para o “diagnóstico sexual”. “É claro que os pais não devem ter permissão para torturar ou matar bebês. Mas eles podem atualmente optar por interromper a gravidez no início, por isso, devem ser autorizados a ter o máximo de informações sobre a criança”, afirmou Michael Bailey.

DÚVIDA.

O psicólogo Qazi Rhaman, da instituição britânica King’s College, em Londres, explicou que a genética é considerada responsável por até 40% da orientação sexual de uma pessoa e que é provável que muitos genes estejam envolvidos. Portanto, ele acredita que é muito difícil que um teste genético determine a orientação sexual de um indivíduo.

“Não há risco real de alguém encontrar um teste genético para a orientação sexual com base nessa ou em qualquer outra descoberta científica sobre a genética da sexualidade nos últimos 20 anos”, ressaltou Rhaman. “Não há nenhum gene gay. Por isso, você não vai ser capaz de desenvolver um teste para encontrá-lo”, complementou. Rhaman acrescentou que todos os traços psicológicos envolvem a genética.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da UC/EUA

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