Ativistas LGBT preparam ato para os jogos da Copa do Mundo em Curitiba
   18 de fevereiro de 2014   │     13:41  │  0

Com os lemas “Nesta Copa, homofobia não rola!” e “Para a homofobia, cartão vermelho!”, ativistas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) estão preparando atos em respeito à identidade de gênero e à diversidade sexual, nos jogos da Copa do Mundo em Curitiba nos dias 16 e 26 de junho.

 

Nesses dois dias, respectivamente, jogarão em Curitiba as equipes de Irã e Nigéria, e Argélia e Rússia.

 

Na parte islâmica da Nigéria, a pena capital também existe para as pessoas LGBT. Na Argélia, a homossexualidade também é criminalizada com prisão e multa.

 

A Rússia, apesar de ter descriminalizado oficialmente a homossexualidade em 1993, possui uma lei que “proíbe propagandas de orientações sexuais não convencionais”. Esta lei é amplamente utilizada para mascarar a homofobia das instituições públicas, grupos neonazistas e do próprio Governo Russo.

 

Informações adicionais sobre países em que existe a chamada “Homofobia de Estado”, podem ser obtidas no Relatório Anual da ILGA (Associação Internacional LGBT) e visualizados no Mapa divulgado pela mesma instituição.

 

O objetivo das intervenções em Curitiba é denunciar ao mundo a maneira como alguns dos países participantes da competição da FIFA comportam-se frente às pessoas LGBT, matando, prendendo e perseguindo as pessoas com base na sua orientação sexual, distinta da heteronormatividade imposta, e/ou a criminalização de alguma forma, mesmo que indireta, dos comportamentos homossexuais, expressões públicas de afeto entre pessoas do mesmo sexo ou ainda a maneira como a pessoa vivencia sua experiência íntima com o seu gênero. Além disso, muitos países permanecem omissos frente à matança desenfreada de pessoas LGBT e crimes de ódio repletos de requintes de crueldade, deixando de criminalizar a homofobia ou criar legislações de proteção, afirmação e/ou igualdade de direitos para a população LGBT.  Segundo o Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: ano de 2012, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e baseado em dados do Disque 100/Ligue 180/Ouvidoria do SUS, no ano de 2012 foram reportadas 9.982 violações de direitos humanos  de caráter homofóbico relacionadas à população LGBT no Brasil  (27,34 violações por dia em média). Também foram registrados através do monitoramento dos meios de comunicação 310 assassinatos de pessoas LGBT no país por motivos homofóbicos.

 

Nos dias dos jogos (16 e 26 de junho), os atos serão realizados na Boca Maldita, tribuna livre tradicional no centro de Curitiba. Outros atos incluem manifestações no Aeroporto Afonso Pena quando da chegada das seleções do Irã, Nigéria, Argélia e Rússia; manifestações em frente aos hotéis em que ficarão hospedadas;  “apitaços” e “beijaços”; colocação de triângulos rosas e pretos em roupas à semelhança do que fazia o regime nazista para identificar gays e lésbicas; e formação de um “pink block” brincando com a ideia de black blocks. Os atos que ocorrerão em Curitiba atos não serão de violência, balbúrdia ou depredação, pelo contrário, terão espírito pacífico e ordeiro. Não serão contra as seleções dos quatro países em questão. Serão contra as políticas homofóbicas mantidas por estes e outros países no mundo afora. Os atos pretendem se servir da visibilidade propiciada pelo evento para denunciar a homofobia no mundo e cobrar providências.

 

Os(as) organizadores(as) do ato elaboraram um Manifesto, cujo conteúdo segue mais abaixo.

 

 

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