História do primeiro transhomem brasileiro virará filme
   3 de fevereiro de 2014   │     0:00  │  0

Em entrevista ao site Virgula da UOL em 2012, Nery afirmou que seu herói referência de infância de figura masculina foram os heróis da época: O Zorro, o Pinóquio e o Peter Pan… Eu me identificava muito com o Pinóquio, não pela mentira, mas por ele ser um menino no corpo de um boneco de pau. E, assim como eu me sentia, tudo o que ele desejava na vida era ser um menino de carne e osso.

O livro “Viagem Solitária”, que conta a história do primeiro transhomem deve ganhar uma adaptação para o cinema.   A adaptação da obra de João W. Nery foi aprovada pelo Edital de Desenvolvimento de Longa-metragem da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.  O filme será dirigido pela jovem Patricia Galucci.

João W. Nery (Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 1950) é um psicólogo e escritor brasileiro. Nasceu e viveu até os 27 anos com um corpo deanatomia feminina. Formou-se em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ em 1973 e lecionou em três universidades (Gama Filho, Hélio Alonso e Celso Lisboa),além de ter mantido um consultório de psicoterapia e começado um mestrado em Psicologia da Educação. Fez especialização em Gênero e Sexualidade.

“Em 1977, João Nery foi pioneiro ao se tornar a primeira mulher do Brasil a mudar de sexo. Mais de 30 anos depois, ele conta como é a vida de quem é estrangeiro do próprio corpo.” Assim começa Millos Kaiser sua reportagem “Corpo Estranho”, que é reproduzida no livro. Em plena ditadura militar, o ex-psicólogo usou o mesmo recurso dos militantes clandestinos: a partir de uma certidão de nascimento tirada no interior, com nome masculino, tornou-se um homem “legal”, mas sem currículo. Foi ser motorista de táxi.

“Ao contar sua infância, sua juventude, ao descrever suas relações com pais, irmãs, amigos da pracinha, passageiros de seu táxi, ao falar de seus sentimentos e pensamentos, cria um universo capaz de dobrar o mais resistente dos leitores. Em seu texto este homem está inteiro, acima das limitações impostas pela cirurgia, das cicatrizes deixadas pela experiência pioneira e, por isso mesmo, mais agudamente solitária. O texto deste João é fiador de seu projeto de vida.”

 

 

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