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Homossexualidade, a novela Amor à Vida e a homofobia no Brasil
   5 de agosto de 2013   │     0:00  │  1

Artigo

 

Por: Toni Reis, 49 anos doutor em Educação, é membro integrante dos Fóruns Nacional, Estadual (Paraná) e Municipal de Educação (Curitiba), secretário de educação da ABGLT e diretor executivo do Grupo Dignidade

 

Nos meus 30 anos de ativismo pelo direitos Humanos LGBT tenho presenciado muitas situações muito parecidas com a vivenciada pelo personagem Felix. Muitos gays fingindo ser heteros para não sofrer a discriminação e o preconceito reinante em nossa sociedade. Eles e Felix sofrem de algo que se chama “heteronormatividade”. É um termo usado para descrever situações nas quais orientações sexuais diferentes da heterossexual são marginalizadas, ignoradas ou perseguidas por práticas sociais, crenças ou políticas.

 

Seu pai, Cezar, representa muito bem o papel do machista homofóbico tradicional, espelhando também os religiosos fundamentalistas, que fala de boca cheia que não tem preconceito, mas contratou uma garota de programa para “curar” seu filho. Culpa a mãe pela educação. Ameaça deserdar, ridiculariza e tudo mais. .Infelizmente isto acontece muito na realidade Brasileira.

 

Na última semana, Três Lagos no Mato Grosso do Sul foi palco de uma violência pautada na homofobia que assustou o Brasil.  Um menino de 16 anos apanhou do pai por ser homossexual. Foi a mãe do menino quem denunciou o marido à Polícia Civil. “Ele bateu na cara do menino, derrubou ele no chão, montou em cima e continuou dando socos e tapas em seu rosto e humilhando, dizendo que gay tem que apanhar mesmo, que é lixo, vagabundo”, contou a mãe à polícia.

 

 

 

A mãe ainda relatou que para salvar o menino, ela e os outros filhos o levaram para a casa da avó. Mesmo assim, o pai foi até lá e voltou a agredi-lo. “Bateu a cabeça do menino no chão e dizia que estava ‘endemoniado’ e que iria tirar o capeta dele na unha”, contou –  bem ao gosto de certos pastores fundamentalistas cujos nomes não citarei. O próprio pai levou o jovem ao hospital após as agressões. Segundo testemunhas, o pecuarista amarrou uma corda na perna do menino, ameaçou jogá-lo para fora do carro e arrastá-lo pela rua. A mãe do menino pediu medidas protetivas para que o pai não se aproxime dela e do filho.

 

Este é apenas um caso dos mais de 9.982 violações que a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República divulgou, no mês passado, o Relatório Sobre Violência Homofóbica 2012, elaborado a partir de registros do Disque 100, da própria SDH, do Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), e da Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde.

 

O documento aponta um crescimento de 166,9% no total de denúncias sobre violência homofóbica em relação a 2011 – o número de casos denunciados saltou de 1.159 para 3.084. Já o número de violações – cada denúncia pode contar mais de uma violação – subiu de 6.809 para 9.982, o que indica um aumento de 46,6% em relação ao ano anterior.

 

Também nesta última semana o papa Francisco falou de forma enfática “Se uma pessoa é gay, procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-la? O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados, mas integrados à sociedade. O problema não é ter essa tendência. Não! Devemos ser como irmãos”. Esta linha de pensamento do papa, bem como a discussão da novela, uma das mais assistidas do Brasil, traz a discussão para os lares brasileiros.

 

Esta realidade tem que ser amenizada, ou melhor, acabar. Para isto precisamos que a criminalização da homofobia no Brasil seja aprovada – PLC 122 – e que os gestores da Educação tenham e efetivem o compromisso de planos e ações para respeito à diversidade do ser humano, inclusive o respeito à diversidade sexual.

 

Na última semana tivemos cenas ontológicas da situação da homossexualidade na televisão brasileira.

 

Parabéns à direção da Rede Globo e da novela Amor à Vida, principalmente Walcyr Carrasco e todas as pessoas envolvidas.

 

O personagem Félix (Mateus Solano) foi realmente o grande destaque.

 

 

 

Quenianos são queimado vivo em virtude da religião – Vejam o vídeo no final da postagem
   3 de agosto de 2013   │     21:35  │  4

Queniano queimado vivo na porta de um templo religioso. No Brasil não é diferente. Todos os dias de Brasil á fora negros, gays, lésbicas, mulheres, moradores de rua, dependentes químicos entre outros, são queimados, esquartejados, apedrejados entre outras formas barbara utilizada como punição. E esta é uma pratica usada desde a época da inquisição.

A intolerância não significa simplesmente discordar daqueles que pensam ou agem de maneira diferente de nós – o que é perfeitamente aceitável –, mas fazê-lo com um espírito de rancor, agressividade e desrespeito pela dignidade humana. Com freqüência a intolerância tem ligação com o poder. O intolerante utiliza alguma situação de força para ferir e esmagar aquele que se encontra em desvantagem ou fragilidade. Na área religiosa, esse comportamento consiste em suprimir ou limitar a liberdade de consciência, expressão e associação no âmbito da fé. Ao longo da história, a igreja tem sido palco de muitas manifestações dessa natureza, o que exige uma reflexão cuidadosa por parte dos cristãos.

 

Nos primeiros séculos, o período das perseguições promovidas pelo Estado romano, a atitude predominante entre os cristãos foi pacifista e conciliadora. No entanto, apartir do início do 4º século, com a união entre a Igreja e o Estado, tomou vulto a intolerância contra indivíduos e grupos considerados heréticos. A princípio, as penas impostas consistiam em banimento, prisão e confisco de bens. Posteriormente, começou a se utilizar a espada contra os dissidentes. As primeiras pessoas a serem executadas por heresia na história do cristianismo foram o bispo espanhol Prisciliano e seis simpatizantes, decapitados por ordem do imperador Teodósio I no ano 385. Poucas décadas mais tarde, o notável bispo e teólogo Agostinho, que inicialmente defendeu a conversão dos cismáticos por meio de argumentos verbais, apoiou o uso da coerção estatal contra o movimento donatista, no norte da África. Um dos textos bíblicos a que recorreu foi Lucas 14.23, onde ocorre a expressão “obriga a todos a entrar”.

 

Durante a Idade Média, na luta contra grupos heterodoxos como os cátaros e os valdenses, a igreja criou o temido tribunal da Inquisição, estabelecido formalmente pelo papa Gregório IX a partir de 1231. Esse método de investigação, geralmente confiado aos dominicanos e aos franciscanos, incluía denúncias anônimas, uso de tortura para obter confissões, presunção de culpa do acusado e entrega ao podersecular para a queima na fogueira ou punições mais brandas. Um caso famoso foi a execução do pré-reformador João Hus, em 1415. Em 1478 foi criada a Inquisição Espanhola, controlada pelo Estado, que sobreviveu oficialmente até o início do século 19. Além de heresia, outros delitos sujeitos a punição eram a feitiçaria e a conversão insincera, no caso dos judeus.

 

Só de pensar que o Brasil caminha para esta linha, muitos podem não perceber e não imaginam o alto poder que possui fundamentalistas equivocados, a exemplo de Jair Bolsonaro, Marcelo Crivela, Silas Malafaia. E agora essa inquisição/ditadura, aos poucos se fortalece em nosso país, eles tomam todos os espaços, formando uma legião de fanáticos, que mesmo inocentemente e indiretamente acabam fortalecendo este império de massacre as minorias e gerando o crescimento do único e objetivo maior dos mesmos, ganhar dinheiro.

Hoje é Marcos Feliciano no controle da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, amanhã pode ser um inquisidor deste há frente da presidência do país.

Ou a sociedade acorda para esta total barbaria, ou amargaremos o mal do século.

 

VEJAM O VÍDEO

 QUENIANOS SÃO QUEIMADO VIVO EM VIRTUDE DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Indiciado homem que queria tirar o diabo do couro de filho gay
   2 de agosto de 2013   │     12:08  │  2


Um pecuarista foi indiciado por tortura e injúria por agredir o filho e ameaçar arrastá-lo na rua em Três Lagoas (MS), a 310 quilômetros da capital. Segundo a denúncia feita à Polícia Civil na última segunda-feira pela mãe do adolescente de 16 anos, o garoto foi espancado por ser homossexual. “Ninguém pode ser discriminado por sua opção sexual, a qual deve ser respeitada por todos”, conclui o delegado Paulo Henrique Rosseto de Souza, titular da 1ª Delegacia de Polícia do município.

 

De acordo com a mãe, o pecuarista agrediu fisicamente e tentou trancar o filho em um quarto, sem energia elétrica, durante a madrugada. “Ele bateu na cara do menino, derrubou ele no chão, montou em cima e continuou dando socos e tapas em seu rosto e humilhando, dizendo que gay tem que apanhar mesmo, que é lixo, vagabundo”, relatou a mãe.

 

Para cessar as agressões, os irmãos e mãe levaram a vítima para a casa da avó. O pai foi ao local, jogou novamente o filho no chão e começou a agredi-lo com socos e pontapés. “Bateu a cabeça do menino no chão e dizia que estava ‘demonizado’ e que iria tirar o capeta dele na unha”, contou a mãe à polícia.

 

O garoto foi levado para o hospital pelo próprio pai após as agressões. No caminho, ameaçou matar o filho caso não mudasse a opção sexual. Segundo testemunhas, o pecuarista amarrou uma corda na perna do adolescente e ameaçou jogá-lo para fora do carro e arrastá-lo na rua.

Rapaz precisou ir a emergência, devido a gravidade das lesões da agressão sofrida por seu pai

 

O Conselho Tutelar foi acionado e encaminhou a vítima e a mãe até a 1ª Delegacia de Polícia, onde registraram boletim de ocorrência, foram ouvidos e encaminhados para exames de lesão corporal. Com medo, a mãe do adolescente, que alega ter também sido agredida verbalmente pelo pecuarista, pediu medidas protetivas, para que ele não se aproxime dela ou do garoto.

Governo publica e suspende portaria sobre mudança de sexo em menos de 24h
   1 de agosto de 2013   │     0:00  │  3

Só em São Paulo setecentos pacientes esperam na fila para a troca de sexo “cirurgia de readequação ou redesignação de sexo “.

Em vigor há menos de 24 horas, a portaria do Ministério da Saúde que muda as regras para a mudança de sexo no SUS será suspensa, informou a pasta.

A norma foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira (31).

As principais novidades agregadas pela portaria eram: redução da idade mínima para a realização de cirurgias para troca de sexo dos atuais 21 anos para 18 anos; a redução da idade mínima para o início da terapia hormonal para mudança de sexo de 18 anos para 16 anos e a inclusão de novos procedimentos a serem cobertos pela rede pública, como mastectomia (retirada das mamas), retirada de útero e ovários e tratamento hormonal para transexuais masculinos.

Em nota divulgada no final da tarde desta quarta, o ministério afirma que suspendeu os efeitos da portaria “até que sejam definidos os protocolos clínicos e de atendimento no âmbito do processo transexualizador”.

“O Ministério da Saúde convidará representantes dos serviços de saúde que já realizam este processo e especialistas na matéria para definir os critérios de avaliação do indivíduo, de obtenção da autorização dos pais e responsáveis, no caso de faixa etária específica, e de acompanhamento multidisciplinar ao paciente e aos seus familiares, considerando-se, inclusive, o Parecer CFM nº 8/2013, que trata do tema”, diz a nota.

Aos 53 anos, Leo quer assumir um corpo que reflita a visão que tem de si mesmo

Aos 53 anos, Leo quer assumir um corpo que reflita a visão que tem de si mesmo  “É uma sensação de inadequação com seu corpo 24 horas por dia”, diz o ator e iluminador Leo Moreira, de 53 anos (leia a história dele ao lado). Esse é o sentimento de um transexual, pessoa que tem a mente de um sexo mas o corpo de outro. É para pessoas com esta sensação de não pertencimento que, há dois anos, existe na capital o Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais. Fica  na Rua Santa Cruz,  na Vila Mariana, Zona Sul, e tem 700 inscritos para passar por cirurgia de redesignação sexual, ou seja,  troca de sexo.

A maioria de frequentadores do ambulatório nasceu com o sexo masculino e deseja ter genitália feminina. Apenas 50 nasceram mulheres e querem ter características masculinas. “Para chegar à cirurgia, é preciso passar por pelo menos dois anos de acompanhamento médico e psicológico”, explica Maria Filomena Cernicchiaro, a Filó, diretora do ambulatório.

Segundo ela, a cirurgia para redesignação de sexo é uma necessidade de saúde em alguns casos. “É um transtorno de gravidade variável para o transexual. Alguns convivem bem com seu sexo biológico e não sentem necessidade de mudança”, diz a diretora. “Mas, em casos extremos, a pessoa não se identifica com a genitália que possui a ponto de nem sequer se masturbar”, afirma a especialista.

 

Fonte: Folha UOL