“Ninguém pode ser privado de seus direitos políticos e jurídicos por conta de sua orientação sexual.”
   29 de agosto de 2013   │     0:00  │  2

 

 

Por: Rodrigo Corrêa Mergulhão – Bacharel em Letras e  Militante da Federação Amapaense de LGBT

 

No último dia 18, o Brasil acompanhou um fato mais uma vez tachado de polêmico no meio heteronormativo: o jogador de futebol Emerson Sheik beijou a boca de seu amigo empresário Isaac Azar, no restaurante deste, em São Paulo.

Após a publicação da foto do que pareceu um singelo selinho, a maior parte da comunidade futebolista brasileira foi a primeira a se posicionar contra o ocorrido aos brados de “viado não!”. Ao mesmo tempo, Sheik chamou adotou o discurso de que tal ato intolerante era um “preconceito babaca” e adjetivou o futebol como um ambiente machista.

Até esse momento, o atacante fora bem aclamado por pessoas entusiastas de causas anti-homofóbicas. A reviravolta no conceito de lutar por um inclusivo e reflexivo cenário social plural, no entanto, aconteceu sexta-feira passada, dia 23. O jogador do Corinthians retornou às redes sociais e pediu desculpas pelo amigável beijo dado.

Ora – cabe aqui, então, a dúvida –, desculpar-se por quê?

Em qual instante da tentativa de se lutar contra preconceitos pode-se admitir culpa em um ato de luta contra preconceitos? No instante da falta de fibra moral para se sustentar a prática da necessária promoção de direitos humanos.

Qualquer discurso social sem consolidação de atividades não passa de ato e pensamento sem garantia porque denota falta de credulidade no que se diz. Não convém pedir desculpa à disseminação de respeito, de carinho, de amor, de fraternidade. Não se deve negar o convite à prática da consciência coletiva. É vital à sociedade prezar por seus integrantes.

Infelizmente, atitudes controversas como bocas que beijam serem as mesmas que escarram ocorrem rotineiramente ao brasileiro. É o exemplo da denúncia realizada pela Federação Amapaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (FALGBT) na mesma fatídica sexta-feira 23 em que Sheik fraqueja.

Magno de Souza, assistente de apoio administrativo do Serviço Social da Indústria no Amapá (SESI/AP) é agredido por uma representante da coordenação dessa rede de instituições privadas. Segundo a diretoria da FALGBT, Magno foi exposto ao discurso de “que o SESI/AP não é lugar para regenerado e homossexuais”.

Ora – cabe aqui, novamente, a dúvida –, por que violência como a homofobia encontra espaço em um organismo com mais de 67 anos de atuação no país, que tem por finalidade promover bem-estar social, desenvolvimento cultural e melhoria de qualidade de vida do trabalhador brasileiro?

Resta-nos ignorar atos do não assegurar de direitos humanos como este? É coerente contribuir à falta de consciência coletiva, de respeito e ao cultivar de fibra moral?

Não. Cabe, ao ser humano de discurso atrelado à prática, mais uma vez posicionar-se ante a indispensável luta contra a homofobia. Através de beijos com real amor e carinho ou através do causar de reflexão do que verdadeiramente signifique ordem que gere progresso.

Um jogador de futebol se viu na obrigação de dar, a sua pequena torcida, satisfações sobre um beijo mal praticado. Quando nosso imenso país admitirá que existe igualdade na diversidade que nada mais pratica do que a busca de satisfação ?

COMENTÁRIOS
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  1. clovis uchoa de castro

    NÃO ENTENDEMOS O PORQUE DESSA HOMOFOBIA EXISTENTE. NA REALIDADE OS HOMOSSEXUAIS SÃO PORTADORES DE UMA PATOLOGIA MENTAL E COMO TODOS DOENTES DEVEM SER TRATADOS COM RESPEITO CRISTÃO. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE

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  2. clovis uchoa de castro

    NÃO ENTENDEMOS O PORQUE DESSA HOMOFOBIA EXISTENTE. NA REALIDADE OS HOMOSSEXUAIS SÃO PORTADORES DE UMA PATOLOGIA MENTAL E COMO TODOS DOENTES DEVEM SER TRATADOS COM RESPEITO CRISTÃO. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE

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