Monthly Archives: setembro 2012

“Todo mundo nú” contra a falsa moral e bons costumes
   16 de setembro de 2012   │     12:04  │  3

Pastor Silas Malafaia

A Câmara de Vereadores de Salvador gerou polêmica ao ter concedido o título de cidadão honorário da capital baiana ao pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Isso irritou movimentos militantes gays baianos. O professor Luiz Mott disse que eles estão se organizando para fazer um “ato de nudismo” como forma de protesto.

“Se a Câmara Municipal de Salvador não suspender o absurdo título de Cidadão Soteropolitano a Silas Malafaia, o maior homofóbico do Brasil atual, que não fez nada para Salvador para merecer qualquer honraria, dezenas de gays, lésbicas, travestis e simpatizantes pretendem ficar nus na Câmara para impedir e chamar a atenção do mundo deste absurdo discriminatório”, convocou Mott, que é historiador.

Não é primeira vez que Mott se indispõe publicamente contra Malafaia e as igrejas que condenam a homossexualidade. “As igrejas cristãs, em geral, têm as mãos sujas de sangue, pela intolerância que divulgam nos púlpitos e nas televisões. Elas fornecem munição ideológica para aqueles que têm ódio de homossexuais, fazendo com que esse ódio aumente. Vai chegar uma época em que o papa e essas igrejas vão pedir desculpas de joelhos aos homossexuais, como a igreja já pediu desculpas aos judeus, negros e índios”, afirmou recentemente.

No dia 27 de setembro, deve ser entregue o título proposto pelo vereador Héber Santana (PSC). Na mesma data, o Grupo Gay da Bahia, pretende fazer uma representação junto à  presidência do Legislativo da cidade, questionando a titulação.

A manifestação de nudismo da mais antiga entidade de defesa do gênero em atividade no Brasil será na mesma data, ressaltando que considerou o título um “atentado aos direitos humanos da comunidade LGBT”.

“Todo mundo nú” contra a falsa moral e bons costumes
     │     12:04  │  3

Pastor Silas Malafaia

A Câmara de Vereadores de Salvador gerou polêmica ao ter concedido o título de cidadão honorário da capital baiana ao pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Isso irritou movimentos militantes gays baianos. O professor Luiz Mott disse que eles estão se organizando para fazer um “ato de nudismo” como forma de protesto.

“Se a Câmara Municipal de Salvador não suspender o absurdo título de Cidadão Soteropolitano a Silas Malafaia, o maior homofóbico do Brasil atual, que não fez nada para Salvador para merecer qualquer honraria, dezenas de gays, lésbicas, travestis e simpatizantes pretendem ficar nus na Câmara para impedir e chamar a atenção do mundo deste absurdo discriminatório”, convocou Mott, que é historiador.

Não é primeira vez que Mott se indispõe publicamente contra Malafaia e as igrejas que condenam a homossexualidade. “As igrejas cristãs, em geral, têm as mãos sujas de sangue, pela intolerância que divulgam nos púlpitos e nas televisões. Elas fornecem munição ideológica para aqueles que têm ódio de homossexuais, fazendo com que esse ódio aumente. Vai chegar uma época em que o papa e essas igrejas vão pedir desculpas de joelhos aos homossexuais, como a igreja já pediu desculpas aos judeus, negros e índios”, afirmou recentemente.

No dia 27 de setembro, deve ser entregue o título proposto pelo vereador Héber Santana (PSC). Na mesma data, o Grupo Gay da Bahia, pretende fazer uma representação junto à  presidência do Legislativo da cidade, questionando a titulação.

A manifestação de nudismo da mais antiga entidade de defesa do gênero em atividade no Brasil será na mesma data, ressaltando que considerou o título um “atentado aos direitos humanos da comunidade LGBT”.

Parada gay de Recife acontece amanhã
   15 de setembro de 2012   │     19:54  │  6

Organizadores esperam que participem do evento cerca de 600 mil pessoas

Cerca de 600 mil pessoas “segundo os organizadores”, se reunirão na Avenida Boa Viagem – Recife/PE, domingo, para levantar bandeiras pelo fim do preconceito contra homossexuais e em defesa da criminalização da homofobia. Além da festa, a 11ª Parada da Diversidade, também chamada de Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), levará às ruas o tema Democracia em todos os cantos: vamos cantar um Pernambuco sem homofobia. A manifestação terá início às 9h, no Parque Dona Lindu, Zona Sul do Recife. A partir das 13h, trios elétricos seguem em direção à Rua Padre Bernardino Pessoa (na esquina da Padaria Boa Viagem).

A menos de um mês das eleições municipais, os candidatos à prefeitura do Recife participarão hoje, às 19h, de um debate na boate Metrópole, na Rua das Ninfas, Boa Vista. Os homossexuais querem conhecer as propostas dos prefeituráveis. De acordo com o coordenador do Fórum, Henrique Eduardo, as perguntas, por motivos óbvios, não poderão ser antecipadas. “Mas vamos questioná-los sobre os planos para segurança pública, educação e geração de emprego e renda direcionados ao segmento LGBT”, explica.

Em resposta aos anúncios veiculados em jornais de grande circulação do Estado no início do mês, assinados pelo Movimento Pró-Vida, que equiparavam homossexuais a pedófilos e exploradores sexuais, os organizadores da Parada da Diversidade vão entregar troféus com a inscrição Pernambuco te Quer (em referência direta à propaganda que dizia Homossexualismo Pernambuco não te quer) para pessoas que contribuem de alguma maneira na luta pelo fim do preconceito.

INTERDIÇÃO – Para a realização do evento, a Avenida Boa Viagem será totalmente interditada, das 6h até as 22h do domingo. Para controlar o tráfego na área serão escalados 200 agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), divididos em dois turnos. A indicação do órgão é que os motoristas que vierem de Piedade e Candeias utilizem a Estrada da Batalha e a Avenida Mascarenhas de Morais para chegar a Boa Viagem. Aqueles que estiverem em Boa Viagem, a orientação é utilizar a Avenida Conselheiro Aguiar.

Retrocesso no Parlamento Federal
   13 de setembro de 2012   │     17:00  │  0

“Para mim homem é homem e mulher é mulher”, diz Antonio Carlos Rodrigues, que é contra os diretos civis dos homossexuais

Ligado a 22 paróquias da Igreja Católica na zona sul, o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), suplente que vai assumir a vaga de Marta Suplicy (PT) no Senado, é contra o casamento gay e o aborto. “Vou seguir sempre as posições da Igreja Católica nas votações. Para mim homem é homem e mulher é mulher. Também sou contrário ao aborto e à eutanásia”, afirmou nesta quarta-feira o vereador paulistano, após uma sessão na Câmara Municipal marcada pelas homenagens dos colegas ao novo senador por São Paulo.

A proposta que inclui no Código Civil a união civil de pessoas do mesmo sexo, já reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, é da própria Marta. Rodrigues, de 62 anos, já adiantou que vai fazer oposição ao casamento gay. “Sem dúvida nenhuma vou sempre acompanhar o que a Igreja falar. Sou um católico praticante. Sempre fui contra o casamento de pessoas de sexo igual, não tenho preocupação em perder voto por causa disso”, argumentou. Ele também vai manter sua campanha a vereador na capital.

O cargo foi cedido a Rodrigues após Marta ser nomeada ministra da Cultura. Indiferente à composição política dentro do PT, Carlinhos, como é conhecido, disse que vai votar no Senado de acordo com suas “convicções religiosas”. “Vocês vão ouvir falar muito de mim, podem esperar. Já estou pleiteando uma vaga na Comissão de Constituição e Justiça para a minha bancada.”

O novo senador insiste em dizer que não está fora da campanha do candidato José Serra (PSDB), apesar de seu material de campanha não fazer menção ao tucano. “Peço voto pro Serra, sim. O maior evento dele até agora fui eu quem fez, no Campo Limpo. Falo com ele toda semana, pode perguntar pro Edson Aparecido. Vou cumprir meu compromisso na campanha municipal e depois vou para o Senado acompanhar o Executivo nas votações”, afirmou.

Carlinhos entra de licença amanhã, por 23 dias. Depois, a partir de 8 de outubro, o vereador entra em licença definitiva para assumir o Senado. Em seu lugar na Câmara assume o suplente José Carlos de Oliveira (DEM). “Vocês vão ver o que eu vou fazer pela minha região lá no Senado. Vou ser um vereador-senador”, disse.

Marta Suplicy (PT-SP) demonstrou preocupação com o suplente, o vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), ao mostrar à senadora Lídice da Mata (PSB-BA), pelo celular, um e-mail que classifica o sucessor como “evangélico e homofóbico”. Foto: Iano Andrade/CB/D.A Press

Na despedida do Senado, Marta Suplicy (PT-SP) demonstrou preocupação com o suplente, o vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), ao mostrar à senadora Lídice da Mata (PSB-BA), pelo celular, um e-mail que classifica o sucessor como “evangélico e homofóbico”. A mensagem, segundo a senadora baiana, foi encaminhada a Marta por um grupo que defende o direto dos homossexuais.De maneira involuntária, a petista — indicada ao Ministério da Cultura após um arranjo eleitoral em troca do apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) em São Paulo — pode colocar por água abaixo a tentativa do partido de conseguir votos dos evangélicos na reta final do primeiro turno. No e-mail, há uma clara tentativa de evitar que Antônio Carlos assuma a relatoria do projeto que tem como objetivo criminalizar a homofobia no Brasil. Marta era a relatora da matéria.

Fonte:  Agência Estado

A opressão que mata gays aqui e no Irã
   5 de setembro de 2012   │     1:00  │  2

Carta Artigo

Por: Daniel Lélis – colunista da revista Jfashion , repórter do Portal O Norte, Bacharel em Direito, comunicador, escrevinhador e poeta

Por que? Não há como ver a foto acima e não se perguntar o que leva um ser humano, atropelando qualquer resquício de benevolência, tirar a vida de outro ser humano simplesmente pelo fato de esse outro ser homossexual? Supostamente em defesa de valores um tanto ultrapassados, humilha-se, discrimina-se e mata-se. Dizem que fazem isso abençoados por um deus soberano, senhor da razão e da sabedoria. Quantas lágrimas são necessárias para fazer valer uma ideia, não é mesmo? Se deus existe, estou certo de que ele deve ter vergonha de quem, em seu nome, tira o direito do outro de viver. Mas vamos aos fatos. A imagem é só uma das dezenas que circulam na internet mostrando o fim trágico a que estão sujeitos os iranianos homossexuais. Lá, gays são enforcados em público a fim de que sirvam de exemplo. São os bons costumes daquele país, governado por uma teocracia islâmica.

Irão homossexuais são sentenciados a morte em virtude de sua homossexualidade

Imagino, com tristeza e vergonha, a cena: o rapaz, na flor da sua juventude, descobrindo-se homossexual. Num belo dia, é pego em flagrante beijando outro homem. Algum tempo depois, os dois estão lá, no alto de guindastes, com cordas em seus pescoços. Sem vida, sem dignidade. Longe, quem sabe, talvez uma mãe chore e lamente o destino doloroso do seu filho. Outros gays, vendo aquilo, talvez se desencorajem de serem quem são e optem por esconder no fundo do armário o sonho de serem felizes.

É, amigos, mas se vocês pensam que a opressão é um inimigo distante, está enganado. No Brasil, é claro, não vivemos tempos de opressão como aqueles vividos em terras iranianas. Mas aqui, assim como lá, a homofobia continua matando. São tantos casos, de Norte a Sul, de homossexuais enforcados, esfaqueados, degolados ou que se livram da dor da rejeição optando pelo suicídio. Milhares de brasileiros gays perdem a vida por serem gays. Até ontem era manchete em todos os jornais os ataques sofridos por homossexuais em ambientes públicos. Chegamos ao cúmulo de um pai e um filho serem atacados por que demonstraram afeto um pelo outro.

Não faz muito tempo soube de uma história absurda. Um jovem, com pouco mais de 15 anos, foi expulso de casa depois de se assumir gay. Em seu corpo, haviam marcas de facão. O pai dele tentou matá-lo quando soube da orientação sexual do filho. Ou seja, não lhe bastou expulsá-lo do lar, era preciso dá-lhe uma surra. Não acho oportuno nesse texto discutir a necessidade de termos uma lei para criminalizar a homofobia em âmbito nacional. Isso é assunto para outra hora. O que quero é deixar claro para quem lê esse texto que não dá para entender como num país como o Brasil, democrático, laico, republicano, o ódio ainda esteja por trás de tantos crimes.

É certo que por conveniência ou puro preconceito, seja difícil reconhecer a sanguinolenta marcha do horror em terras brasileiras. Mas o fato é que provavelmente enquanto você ler esse texto, alguém é ferido, seja verbal, moral ou fisicamente. Temos a opção de nos fazer de cegos, fingindo que os tempos cruéis fazem parte do passado, ignorando os guindastes que foram montados em frente a nossa casa. Ou podemos escolher fazer a diferença, reconhecendo o problema e buscando, apoiando, sugerindo soluções para ele. Quem sabe assim, muitas cordas sejam afrouxadas, permitindo que haja vida e vida em abundância.