Pesquisa aponta jovens gay como principais vítimas de homofobia
   24 de agosto de 2012   │     14:53  │  4

Após apresentar os dados, o relatório aponta uma série de recomendações a respeito do assunto, dentre as quais se destacam a criminalização da homofobia nos mesmos termos em que o racismo foi criminalizado, além da obrigatoriedade de notificação das violências homofóbicas à SDH; espaço para informação sobre identidade de gênero e orientação sexual no Ligue 180.

O relatório apresenta ainda outras sugestões como realização de atividades de empoderamento de jovens LGBTs para que denunciem as violências sofridas em casa e divulgação anual de dados de homofobia no Brasil.

Segundo os dados oficiais, o ano de 2011 registrou 6.809 denúncias de violações aos direitos humanos da população LGBT. Ao todo, foram 1.713 vítimas e 2.275 suspeitos. Os números mostram que uma mesma pessoa sofre várias violências e por mais de um/a agressor/a.  Os dados referem-se a violências contra Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) denunciadas ao Poder Público (Disque Direitos Humanos, Central de Atendimento à Mulher, Ouvidora do Sistema Único de Saúde (SUS), e órgãos LGBT da SDH).

Desejo de destruição
“Os dados revelam uma média de 3,97 violações sofridas por cada uma das vítimas, o que parece indicar como a homofobia se faz presente no desejo de destruição (física, moral ou psicológica) não apenas da pessoa específica das vítimas, mas também do que elas representam – ou seja, da existência de pessoas LGBT em geral”, avalia o documento.

A quantidade de vítimas e de violações apresentadas no documento refere-se somente às denunciadas ao Poder Público no ano passado, sem considerar a subnotificação. As violações também são várias: vão desde agressões físicas a ameaças, humilhações, discriminações, negligências, abusos sexuais, negação de direitos, entre outras.

“Entendemos que o maior número de jovens vítimas da violência homofóbica pode estar associada ao fato de esses jovens negarem-se às restrições impostas pelos guetos LGBT. Aqueles espaços restritos a população LGBT já não atendem aos anseios dos jovens LGBT, eles já ocupam as ruas de diversas capitais brasileiras e não têm receio de demonstrar afeto publicamente.

Nesse sentido, essa população deve ser a prioridade de uma política que queira fazer frente a violência homofóbica”, destaca ainda o relatório.
O documento ainda revela que a maioria dos casos de violência homofóbica é praticada por pessoas conhecidas da vítima (61,9%), como familiares e vizinhos, e a maior parte das violências (42%) ocorre dentro de casa: 21,1% dos casos, dentro da casa da própria vítima, 7,5% na casa do/a suspeito/a. Violências ocorridas nas ruas somam 30,8%.

Veja alguns dos casos:

Diogo Parra de 20anos, foi agredido na madrugada do dia 10/07/2011 ao sair de um bar LGBT em Mauá/SP, ele foi agredido por 3 rapazes que não levaram nada dele, mas deixaram as marcas da covardia, a vitíma teve que fazer  uma cirurgia plástica na boca, e ter muita força para superar esse trauma.

As marcas das agressões sofridas na madrugada do  dia 99/09/11, em Campo Grande, ainda estão no corpo do repositor Vitor Regis Amaral Saraiva, 20 anos. Quatro dias depois do fato, ele diz que está com medo de ser novamente vítima.

 

 Eleonora teve seu filho espancado por oito rapazes – A última imagem vista foi a marca da sola de um tênis cravada no rosto desfigurado do caçula. Não deu tempo de se despedir. Ele, aos 24 anos, estava internado em um hospital de Recife, após apanhar de oito rapazes. O jovem morreu minutos depois do último contato com a mãe. Ela

Pâmela, que fora eleita Rainha da Diversidade na última edição da Parada Gay do Agreste, era jovem, pessoa de bem com a vida e querida por todos na comunidade.   O crime, ainda sem explicação, ocorreu quando Pâmela conversava com dois homens na porta de uma casa noturna e os três foram surpreendidos por um outro homem que apareceu e passou a efetuar disparos de arma de fogo atingindo mortalmente Pâmela e ferindo os outros dois homens. Após o crime o assassino evadiu-se, a pé, do local e a polícia não tem informações sobre a sua identidade.

O estudante Alexandre Rajão foi encontrado morto ao lado de um valão na Rua Leopoldo Marins, no bairro Califórnia, em São Gonçalo, na madrugada do dia 21 de junho. De acordo com as investigações, ele saía de um churrasco na casa de uma amiga, quando foi sequestrado, torturado e estrangulado até a morte por um grupo de skinheads, que prega a ideologia neonazista de intolerância.

Acesse aqui a íntegra do relatório http://  www.sdh.gov.br/clientes/sedh/sedh/brasilsem/relatorio-sobre-violencia-homofobica-no-brasil-o-ano-de-2011/rel%20%2011%20jul%20capa%20com%20capa%20SEM%20APRESENTACaO.pdf

 

 

COMENTÁRIOS
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  1. Neto

    Não me considero uma pessoa religiosa, com os que se vêm por aí. Sou membro de uma igreja evangélica mas apesar de não estar preparado não mataria ou excluíria um filho meu por ser gay, nem acho que deveríamos excluir ninguém por isso.
    Tenho conhecidos gays, meus amigos são poucos, mesmo entre heterossexuais, é da minha natureza.
    Tive um colega de trabalho gay, foi um amigo muito leal e um excelente colega de trabalho, muito humano, incapaz de cometer algumas atrocidades que vejo as pessoas cometendo por aí.
    Claro que sou heterosexual, concordo sim com algumas idéias mas isso é um direito meu educar meus filhos do jeito que eu acho que deve ser.
    Não aceito meu filho chamar ninguém de “bixa” do mesmo jeito que não o gosto de ver usar palavras que denigram a imagem de ninguém, ou a honra, ou a liberdade.
    Até porque na nossa casa, posso receber gays, heterosexuais, católicos, evangélicos, espíritas etc. Mas a educação dos meus filhos quem decide sou eu.
    Quando realizo um atendimento a um cidadão não me importo com sua orientação sexual. Quero que os produtos e serviços que a empresa onde trabalho oferece lhe tragam tranquilidade, segurança, conforto e que ele volte logo para que eu possa atendê-lo com a mesma presteza de sempre.
    Deus abençoe a todos e abra a mente dos homens e mulheres, uma fato de uma pessoa ser gay não é motivo para que esqueçamos que é uma criatura de Deus, como nós têm o direito a viverem sua liberdade, apenas como todo direito, termina onde começa o dos outros.
    Não me sentiria a vontade com meus filhos num ambiente onde casais beijam-se na boca ou trocam carícias eróticas, isso não muda se são hetero ou homo! Eles têm 9 e 2 anos de idade, com um eu já falo sobre sexualidade, a outra ainda não…

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  2. Neto

    Não me considero uma pessoa religiosa, com os que se vêm por aí. Sou membro de uma igreja evangélica mas apesar de não estar preparado não mataria ou excluíria um filho meu por ser gay, nem acho que deveríamos excluir ninguém por isso.
    Tenho conhecidos gays, meus amigos são poucos, mesmo entre heterossexuais, é da minha natureza.
    Tive um colega de trabalho gay, foi um amigo muito leal e um excelente colega de trabalho, muito humano, incapaz de cometer algumas atrocidades que vejo as pessoas cometendo por aí.
    Claro que sou heterosexual, concordo sim com algumas idéias mas isso é um direito meu educar meus filhos do jeito que eu acho que deve ser.
    Não aceito meu filho chamar ninguém de “bixa” do mesmo jeito que não o gosto de ver usar palavras que denigram a imagem de ninguém, ou a honra, ou a liberdade.
    Até porque na nossa casa, posso receber gays, heterosexuais, católicos, evangélicos, espíritas etc. Mas a educação dos meus filhos quem decide sou eu.
    Quando realizo um atendimento a um cidadão não me importo com sua orientação sexual. Quero que os produtos e serviços que a empresa onde trabalho oferece lhe tragam tranquilidade, segurança, conforto e que ele volte logo para que eu possa atendê-lo com a mesma presteza de sempre.
    Deus abençoe a todos e abra a mente dos homens e mulheres, uma fato de uma pessoa ser gay não é motivo para que esqueçamos que é uma criatura de Deus, como nós têm o direito a viverem sua liberdade, apenas como todo direito, termina onde começa o dos outros.
    Não me sentiria a vontade com meus filhos num ambiente onde casais beijam-se na boca ou trocam carícias eróticas, isso não muda se são hetero ou homo! Eles têm 9 e 2 anos de idade, com um eu já falo sobre sexualidade, a outra ainda não…

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