Monthly Archives: julho 2012

Preconceito e falta de oportunidades leva as travestis à exploração sexual
   18 de julho de 2012   │     15:57  │  4

Há muitos anos o estado do Pará é grande exportador de travestis para fins de prostituição, especialmente para capitais como São Paulo, Goiânia, Curitiba e Brasília e os seus arredores. Os clientes paulistas contam, inclusive, com casas formadas por “garotas” somente de Belém, a capital paraense. No passado, o tráfico das travestis era majoritário no deslocamento para essas localidades. No entanto, hoje já caiu para 50% dos casos.

A secretária do Conselho Estadual de Diversidade Sexual do Pará, Symmy Larrat, também representante do Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais da Amazônia (Gretta), explica que o aliciamento é menor em sua região porque as próprias travestis, vítimas de cruel preconceito no seio familiar e em toda a sociedade, enxergam na partida e na consequente entrada para o mundo da prostituição a melhor saída para as suas vidas.
“Por mais que elas saibam as mazelas que enfrentarão, preferem essa vida porque o retorno financeiro é muito bom. Noventa por cento delas progridem”, afirma Symmy. Segundo ela, algumas voltam para Belém, compram casa e carro, deixam evidente o salto de qualidade que deram a suas finanças, e isso estimula a prática na região. Há estimativa de que cerca de 150 travestis deixem a cidade por ano.
Nos grandes centros, onde a prática da prostituição é vastamente visada pela polícia a exploração das travestis já não está associada à violência, como se tem conhecimento. As ‘meninas’ ficam nas casas, recebem um ponto para trabalhar na rua e a segurança local. A questão do pagamento a cafetinas ou cafetões é variável. “Em Recife, por exemplo, é preciso pagar R$ 120 por semana pelo ponto. Já no Pará, o ponto não custa nada”, relata Symmy. Cobrar pelo ponto é ilegal. É crime no Brasil explorar e obter vantagem da prostituição.
O que agrava a situação é a relação da cafetina com seus companheiros, em geral, traficantes de drogas. Muito próximos das travestis, acabam colaborando para que elas se viciem. O que as leva ao vício também é o endividamento, geralmente causado pela compra de prótese de silicone para as mamas e do silicone industrial para demais partes do corpo. “O uso exagerado do silicone é resultado da exigência do mercado”, diz Symmy, destacando que é uma atitude sem limites. E quando há dívida, se não há pagamento, há espancamento. De qualquer forma, o endividamento das travestis é o que dá lucro aos criminosos.
Ainda que nas grandes capitais não haja relatos de tanta exploração por parte da representante da Gretta, nas pequenas localidades ou até em cidades grandes, porém afastadas dos centros, a realidade é a clássica do tráfico humano: aliciamento, traslado e trabalho escravo, com retenção de documentos, o que caracteriza a servidão. “Há muitos e muitos lugares com essa característica, com todos os requintes de crueldade”, revela Symmy.

O motivo

O que leva as travestis a se submeterem ao tráfico humano é o preconceito. Para Symmy, a ausência de políticas públicas também as leva às ruas. A ativista relata o caso de uma travesti de 17 anos que lhe telefonou esta semana para pedir orientações sobre como agir daqui a um ano porque o pai já avisou que ela será expulsa de casa. “O pai não quer fazer isso antes dos 18 anos de idade, por causa da responsabilidade com a menor, mas depois vai lavar as mãos”, conta. Para ela, esse é um exemplo clássico do preconceito. Sem aceitação na própria família não há o que esperar da sociedade. “E essa garota vai certa para o caminho da prostituição.”
A Gretta entregou um documento para a CPI das Travestis, que investiga na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) a migração das “garotas” de São Paulo para o Pará, num sentido inverso ao conhecido. A contribuição dada para o debate pela entidade é o alerta de que é preciso criar políticas públicas para minimizar essa “grave questão social”, que é o tráfico das travestis. O documento sugere a autorização do uso do nome social nas escolas, a possibilidade de as travestis aderirem aos programas sociais e a regulamentação da profissão.
Symmy espera que a proposta de lei para regulamentar as casas de prostituição no Brasil, de autoria do deputado Jean Willys (PSOL-RJ), apresente um recorte que trate dos direitos das travestis.
No livro “JornadasTransatlânticas: uma pesquisa exploratória sobre tráfico de seres humanos do Brasil para Itália e Portugal, iniciativa encabeçada pelo Ministério da Justiça, recém-publicado, a antropóloga Flávia Teixeira reforça a informação de que travestis e transexuais, em atividade no mercado do sexo europeu, não raro saem de casa muito cedo em função do preconceito. Ela relata o caso de expulsão de um menino. “A mãe foi lá dentro pegar a certidão de nascimento para mostrar que ele havia nascido homem. Era uma casinha extremamente pobre e a mãe disse: ali é o quarto onde durmo e o outro quarto é onde viviam os dois irmãos. E ela disse: ’não tem mais lugar para ele aqui, entende? Ele, desse jeito, vai ficar onde?’”.
Ela analisa como “perverso” o processo de expulsão dos travestis. Conta que ouviu mães que afirmaram preferir interditar o filho a terem de lidar com a questão de sua homossexualidade. “Algumas desejam, inclusive, que o filho desapareça para não terem de lidar com o fato de serem travestis. Todos esses fatores concorrem para as condições de vulnerabilidade a que se encontram expostas, tanto no Brasil quanto no exterior”, afirma.
Fonte: Rede Brasil Atual

PROGRAMA NA MORAL “Ficção mostra a realidade”
   17 de julho de 2012   │     17:08  │  0

Vale tudo só não vale perder o próximo Na Moral.  A atriz Gloria Pires, que está gravando um filme em que interpreta uma homossexual, será a DJ do programa que vai discutir os preconceitos que rodeiam as relações homoafetivas.

Em meio a um programa que promoveu a união de duas mulheres, Gloria, mãe de Cléo Pires, Antonia, Ana e Bento, vai revelar como a homossexualidade é tratada por sua família. A atriz também vai falar sobre a personagem que interpreta no cinema.

O filme “Flores Raras” conta a história real de Lota Macedo Soares, paisagista e urbanista responsável pela construção do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Além do trabalho reconhecido até hoje, Lota teve um romance, na década de 50, com a poetisa americana e ganhadora do Prêmio Pulitzer, Elisabeth Bishop. Na obra, ainda em produção, a australiana Miranda Otto interpreta a escritora.

Nos bastidores, a atriz tirou foto com Maria Rita e Fúlvia. Convidadas do programa, as duas tiveram a conversão de união estável para casamento civil recentemente aprovada, em segunda instância, no interior de São Paulo. O próximo Na Moral vai ao ar nesta quinta-feira, logo após Gabriela.

Dezessete anos atrás, quando a produtora Lucy Barreto comprou os direitos de adaptação do livro Flores Raras e Banalíssimas, de Carmen Lucia de Oliveira, sobre o relacionamento entre a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (1910-1967) e a poetisa americana Elizabeth Bishop (1911-1979), o diretor Bruno Barreto chegou a desdenhar do projeto. O realizador carioca só retomou interesse pela história de amor entre a idealizadora do Parque do Flamengo, no Rio, e a ganhadora do Prêmio Pulitzer de 1956 quase 10 anos depois, quando se separou da atriz americana Amy Irving.

Ficção e realidade – Barreto recria o relacionamento de 15 anos entre Lota e Elizabeth Bishop com a ajuda da ficção. No filme, as duas se conhecem quando a poetisa recebe uma homenagem na embaixada americana, que na época ficava no Rio, então capital federal. Na vida real, Lota conheceu Elizabeth durante uma viagem a Nova York. “O livro da Carmen serviu apenas como ponto de partida para o roteiro estruturado por Carolina Koscho, que passou depois pelas mãos do diretor e roteirista americano Matthew Chapman, porque a maior parte dos diálogos é falada em inglês”, observou o diretor.

Jogador de Hockey Cam Janssen pede desculpas por comentários sexistas e homofóbicos
   16 de julho de 2012   │     1:00  │  0

O jogador de hockey Cam Janssen está andando para trás, depois de uns  comentários feitos por ele em um programa de rádio internet.

Conforme relatado por Outsports, Janssen apareceu na mostra Thom & Jeff. O New Jersey Devil não tinha amor por Los Angeles. Os cidadãos da ocidental cidade dos EUA foram descritos como “esquisitos” e viver “em um planeta diferente.” Ele descreveu o Los Angeles Kings, a equipe que bateu os Diabos na Stanley Cup Finals, como Janssen ‘gordura’ broads acrescentou que um jogador que pode considerado gay deve esperar ser espancado.

Depois de sofrer muitas criticas Janssen lançou o seguinte pedido de desculpas.

“Eu gostaria de pedir desculpas pela minha má escolha da linguagem. O tom da entrevista foi muito casual e cor-off, e eu perdi o foco no que é e não é aceitável e profissional. Lamento profundamente a quem se ofendeu com a minha língua. Seguindo em frente, espero que para eliminar esse tipo de linguagem do meu vocabulário. Eu também gostaria de aproveitar esta oportunidade para expressar o meu apoio para o trabalho que você pode jogar projeto está fazendo, e para a comunidade gay em geral. “

Um número crescente de jogadores de hóquei foram fazendo um trabalho para o projeto Você pode jogar. Segundo o site do grupo que está comprometido “a assegurar igualdade, respeito e segurança para todos os atletas, independente da orientação sexual.”

 

Ileana Ros-Lehtinen “a primeira”
   14 de julho de 2012   │     22:30  │  0

A congressista Ileana Ros-Lehtinen confirmou seu apoio à igualdade no casamento para o Washington Blade, fazendo dela o primeiro membro republicano da Câmara a fazê-lo.

Ros-Lehtinen também se tornou o primeiro republicano a assinar como co-patrocinador de um projeto de lei que revoga a Lei de Defesa do Casamento – o chamado Respeito Lei do Casamento – volta em setembro.

A lâmina relatos de que Ros-Lehtinen antes pareciam suspeitos da pergunta do repórter sobre se ela suporta a igualdade no casamento. “Eu pensei que você estava tentando obter alguma coisa complicada aqui”, disse ela a Lâmina, em seguida, verificou que ela é uma defensora do casamento homossexual: “eu sou”.

Apoio Ros-Lehtinen para a igualdade no casamento tinha sido presumida por alguns, mas nunca explicitamente descrito. O distrito de congressista da Flórida inclui South Beach, a maior parte de Miami e Florida Keys.

Ela é ainda romper com os líderes de seu partido na Câmara, que não só se opõem a igualdade no casamento, mas também estão a financiar uma defesa legal da Lei de Defesa do Casamento no tribunal.

Tragédia da vida real vira filme
   12 de julho de 2012   │     1:00  │  0

Há alguns anos, um relacionamento homessexual se transformou em filme premiado pela crítica de Hollywood: O Segredo de Brokeback Mountain. Agora, a trajetória de outro casal, que começou a fazer sucesso no YouTube, está próximo de chegar às telonas: a emocionante história de Shane Crone e Tom Bridegroom.

O caso dos dois ficou conhecido graças a um vídeo de pouco mais de dez minutos que foi publicado no YouTube. Nele, Crone conta a história do relacionamento com Tom, que acabou falecendo após cair de um telhado em Paris. O “pequeno documentário” mostra momentos felizes do casal e também revela como os dois lutaram contra um enorme preconceito, especialmente da família conservadora de Bridgeroom.

As cenas são um compilado de fotos, algumas com legendas, que revelam detalhes da vida do casal: como um cachorrinho que eles adotaram juntos, a rejeição da família de Tom – que chegou a ser chamado de pecador, internado em um hospital e ameaçado com uma arma – e o apoio dos familiares e amigos de Shane.

O rapaz, emocionado, também aparece chorando e dando declarações durante o vídeo, que revela ainda que ele foi ainda maltratado pela família do ex-companheiro após o seu falecimento. Apesar de ter vivido junto de Tom durante alguns anos – já que a união dos gays não é legal na cidade onde moravam -, ele não pode nem denunciar os pais por impedirem o seu direito, já que para o governo os dois eram apenas “colegas de quarto”.

A gravação foi publicada no último dia 6 de maio. Hoje, pouco mais de dois meses depois, já foi assistida por mais de dois milhões de pessoas. Tanto sucesso chamou a atenção de Linda Bloodworth Thomason, diretora de cinema da Califórnia, onde o casal vivia. Ela se comunicou com Shane e então lançou no Kickstarter um projeto para arrecadar US$ 30 mil (cerca de R$ 60 mil) para a produção de um filme baseado na história dos dois, chamado de “Bridegroom: an american love story”.

Até o momento, faltando ainda mais de uma semana para o fim da arrecadação, o projeto já foi apoiado por cerca de seis mil pessoas e juntou quase dez vezes o valor proposto: US$ 290 mil (R$ 580 mil).

Assista o vídeo watch?feature=player_detailpage&v=pR9gyloyOjM