O respeito à diversidade sexual em Cuba
   11 de junho de 2012   │     1:00  │  0

A sociedade cubana, que pretende promover vontades no intuito de se  desenvolver, tem hoje o desafio de ampliar um diálogo necessário para  modificar,aos poucos, conceitos e atitudes visando garantir o respeito à  diversidade sexual. Em maio passado, a ilha acolheu a 5ª Jornada Cubana contra a Homofobia, sustentada por uma mensagem em favor da aceitação e o respeito à livre e responsável orientação sexual e identidade de gênero.

A mesma esteve marcada por um nível científico maior bem como pela qualidade educativa, explicou em coletiva de imprensa a diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), Mariela Castro Espín.Salientou o entusiasmo e seriedade demonstrados em todas as províncias, onde a cada dia cresce o número de integrantes das redes sociais comunitárias com uma preparação mais elevada para desempenhar seu trabalho de ativistas.
Estamos trabalhando em muitas áreas respeitantes ao valor antropológico, pois deste jeito podemos explicar a origem das diferentes formas de discriminação e, aliás, responder às perguntas que surgirem no domínio da sexualidade, pois as mentalidades mudam devagar, disse.
“É preciso criar, acrescentou, um processo educativo que contribui de outro jeito para interpretar a realidade, não desde os dogmas, mas desde novos paradigmas liberadores e não paradigmas de controle social, como acontece há séculos”.
Segundo Mariela, existe na sociedade cubana tanto misoginia quanto homofobia, inclusive tais atitudes estão presentes em pessoas identificadas com o paradigma do socialismo. Conformeo Cenesex, o termo de homofobia se refere à aversão, ódio, medo, preconceito ou discriminação contra as pessoas homossexuais. As atitudes homofóbicas, bifóbicas e transfóbicas se expressam em um variado e amplo leque de práticas, que abrangem desde silenciar qualquer menção ou referência à pessoa marcada, obstar seu livre desenvolvimento, ofendê-la verbalmente, até a violência física extrema.
Em 1974, a Associação Americana de Psiquiatria eliminou a homossexualidade e a bissexualidade de seu Manual de Classificação de Doenças Mentais, e outras sociedades científicas no mundo assumiram esta concepção. Finalmente aprovada pela Organização Mundial da Saúde, em 17 de maio de 1990 se escolheu esta data para comemorar o Dia Mundial contra a Homofobia. Recentemente, a Primeira Conferência do Partido Comunista de Cuba – realizada em janeiro deste ano, aprovou entre seus objetivos de trabalho a rejeição face a qualquer forma de discriminação por motivos de cor da pele, gênero, crenças religiosas, orientação sexual, origem territorial e outros que são contrários à Constituição e às leis da ilha. Durante a Jornada contra a Homofobia, Castro Espín ressaltou essa postura, que considerou um acerto para o trabalho em termos de respeito à diversidade sexual.
Todos em seus lugares

A 5ª Jornada Cubana contra a Homofobia também inseriu uma mensagem de saúde dirigida àpopulação toda, declarou à Prensa Latinaa doutora Rosaida Ochoa, diretora do Centro Nacional de Prevenção das Infecções de Transmissão Sexual e da VIH/Aisd. Do ponto de vista de saúde -explicou Ochoa- existem estudos que demonstram que as pessoas que discriminam outras por algum tema relativo à saúde, pensam,de fato, que outros podem infestar-se ou adoecer, mas elas não. Contudo, fica demonstrado que por pensarem assim, elas não se protegem, daí que nos últimos estudos, precisou, observamos o incremento da incidência, e a frequência de doenças nas pessoas que discriminam. Esta jornada foi um apelo à aceitação da diversidade em todos os sentidos, frisou a especialista.

A pessoa que acredita numa abertura tem mais possibilidades de aceitar outras diversidades, como ser homem ou mulher com qualquer comportamento ou preferência sexual, inclusive assimilar a diversidade racial, remarcou Ochoa. Acredito que é preciso o sujeito se envolver e entender o significado de aceitar a outros e conviver em uma sociedade onde todos temos um lugar, afirmou.
No âmbito da luta contra a homofobia é válido dizer que em Cuba o VIH afeta mais aos homens, pois 80% dos casos são do sexo masculino e 20% do feminino.
Portanto – acrescentou – norteamos a campanha a todos os homens, pois numa altura dada , tendo em conta as marcas atuais da sociedade cubana, eles tiveram sexo com várias mulheres e algumas delas se relacionaram com homens infestados.
*Joel Michel Varona Jornalista da Redação  Nacional de Prensa Latina.
Por: Joel Michel Varona  – Jornalista da Redação  Nacional de Prensa Latina

 

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